Até meados de 1960, a computação era restrita a mainframes alocados em órgãos militares e grandes empresas. O primeiro HD (hard drive ou disco rígido, em português) foi desenvolvido pela IBM, em 1956, e vendido para a empresa Zellerbach, de São Francisco (CA, US).
Os primeiros computadores pessoais, lançados nos anos 70, tinham seu armazenamento limitado às arcaicas fitas magnéticas e disquetes - por serem mais baratos que os HDs da época. O surgimento da interface IDE trouxe melhorias no armazenamento de dados, além de popularizar o uso dos discos rígidos.
No início da década de 1980, grandes companhias começaram a estudar melhorias para os HDs Seagate ST-506. Eram relativamente baratos para sua época, porém muito lentos porque usavam o mesmo barramento dos floppy drives. Em contraponto, HDs Parallel SCSI tinha boa performance e estavam há alguns anos no mercado. No entanto, estes drives eram limitados a data centers e empresas que podiam arcar com os altos custos de ambientes com tecnologia SCSI.
Em 1986, a Western Digital, em parceria com a Compaq, criou a interface IDE que significa Integrated Drive Electronics. IDE é um padrão para conectar drives de armazenamento à computadores e o termo integrated é uma referência por usar controladora integrada ao próprio HD. Alguns anos mais tarde, durante seu processo de padronização, o acrônimo IDE foi oficialmente substituído por ATA, cujo significado é Advanced Technology Attachment ou AT Attachment.
Os primeiros computadores contendo HDs ATA foram comercializados pela Compaq e IBM. Embora não fossem tão rápidos quanto os discos SCSI, eles eram mais baratos e não precisavam de controladoras proprietárias. O barramento IDE também permitia conectar outros tipos de mídias de armazenamento, como Zip Drive e CD-ROM. Os fabricantes perceberam a grande oportunidade de mercado e passaram a intensificar a produção de placas mães com controladoras PATA on-board.
A interface IDE usa as interrupções 13 à 16 do BIOS para conectar um drive de armazenamento ao sistema operacional. Ela é composta, fisicamente, de 40 pinos frontais que são responsáveis por transmissão de dados e sinais de controle.
Há um conjunto adicional de terminais (quatro à oito), configurados com jumpers, que sinalizam para a controlodora as posições dos dispositivos no barramento. As possíveis configurações são master, slave, single drive e cable select. É um conceito parecido com a daisy chain dos drives SCSI.
O cabo de dados IDE (conhecido como cabo flat>, no Brasil) permite transferências de 16 bits e pode ter 40 ou 80 vias. O comprimento máximo de um cabo IDE é 45,7 cm. A alimentação elétrica dos drives ocorre em tensões de 5 e 12 volts, por intermédio de conetores molex.
No padrão IDE a maior quantidade possível de bits de dados é transmitida em modo parallelo e de única vez. A controladora de host sincroniza e reorganiza os bits para a ordem correta.
As taxas de transferência da primeira geração IDE variam de 3.3 MB/s (usando transmissão PIO 0) à 16 MB/s (usando transmissão PIO 4). A última geração IDE usa tecnologia Ultra DMA e pode atingir 133 MB/s.
# |
Sinal |
Função |
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# |
Sinal |
Função |
1
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reset |
reset de drive |
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2
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ground |
ground |
3
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data 7 |
bus de dados |
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4
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data 8 |
bus de dados |
5
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data 6 |
bus de dados |
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6
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data 9 |
bus de dados |
7
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data 5 |
bus de dados |
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8
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data 10 |
bus de dados |
9
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data 4 |
bus de dados |
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10
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data 11 |
bus de dados |
11
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data 3 |
bus de dados |
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12
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data 12 |
bus de dados |
13
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data 2 |
bus de dados |
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14
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data 13 |
bus de dados |
15
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data 1 |
bus de dados |
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16
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data 14 |
bus de dados |
17
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data 0 |
bus de dados |
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18
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data 15 |
bus de dados |
19
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ground |
ground |
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20
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key |
soquete nulo |
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DMARQ |
solicita DMA |
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22
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ground |
ground |
23
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DIOW |
I/O de escrita |
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24
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ground |
ground |
25
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DIOR- |
I/O de leitura |
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26
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ground |
ground |
27
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IORDY |
pronto p/ I/O |
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28
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CSEL |
cable select |
29
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DMARK |
verifica DMA |
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30
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ground |
ground |
31
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INTRQ |
interrupção |
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32
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IOCS16 |
fluxo 16 bits |
33
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DA1 |
end. do master |
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34
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PDIAG |
diagnóstico |
35
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DA0 |
end. de HC |
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DA2 |
end. do slave |
37
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CS1FX |
registradores |
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38
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CS3FX |
registradores |
39
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DASP |
detecta slave |
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40
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ground |
ground |
Os primeiros HDs ATA eram mais lentos que os HDs SCSI, mas tinham melhor performance quando comparados aos floppy disks (disquetes) e fitas magnéticas. O custo-benefício em comprar um dipositivo ATA era superior para a maioria dos cenários. Rapidamente, computadores pessoais com essa nova tecnologia passaram a ser produzidos e vendidos em larga escala.
Também era possível instalar placas (com barramento ISA de 16 bits) IDE, offboard, em computadores mais antigos. No entanto, a tarefa ficava restrita às assistências técnicas e usuários com nível técnico elevado.
Além de fazer parte dos computadores domésticos, a tecnologia ATA foi uma opção para empresas que não podiam comprar servidores com armazenamento em SCSI.
A interface IDE/ATA foi predominante entre o fim dos anos 80 e começo dos 2000, causando uma ruptura na forma como usuários domésticos e grande parte das empresas passaram a armazenar seus dados. A interface também foi usada em equipamentos Iomega Zip e, posteriomente, em drives de CD e DVD. Porém, no começo dos anos 2000 começou a migração para o padrão SATA (Serial ATA).
No início de dos anos 2000, o mercado começou demandar por novas tecnologias de armazenamento de dados e melhorias no padrão ATA (popularmente conhecido como IDE). Como resposta às demandas, em 2003, a Seagate lançou o primeiro HD ATA com transmissão de bits em modo serial, denominado SATA ou Serial ATA. O padrão IDE (antes conhecido como "ATA") passa a chamar Parallel ATA (por sua transmissão de bits ser em modo paralelo), para diferenciá-lo do Serial ATA.
A, então, nova interface trazia uma série de benefícios em relação ao antigo IDE. SATA suporta maior largura de banda (150 MB/s em sua primeira versão e, pouco tempo depois, 300 MB/s), hot-plug, conexão ponto à ponto, múltiplas conexões simultâneas etc. Mais uma vez os fabricantes aproveitaram a grande oportunidade produzindo altas quantidades de discos rígidos SATA e o mercado respondeu à altura.
A venda de drives PATA começava a entrar em declínio e dava-se início a era dos dispositivos de armazenamento Serial ATA - que perdura até os dias de hoje. A revisão atual do barramento SATA é 3.5 e a interface suporta taxas de transferência de até 600 MB/s. De acordo com a Gartner, somente em 2005 foram vendidos 400 milhões de HDs SATA.
Ao final de 2007, a Seagate encerra sua produção de drives IDE.
Em 2013, a Western Digital encerra a venda destes dispositivos.