Os principais fabricantes de soluções (hardware + software) para extração de dados em HDs defeituosos são Ace, MRT Lab e Dolphin Data Lab. São marcas bem estabelecidas no mercado, as quais produzem equipamentos com variados recursos e que proporcionam ótima eficácia se forem operados por profissionais experientes. Também existem empresas, da área de informática forense, que produzem equipamentos com suporte parcial à dispositivos danificados - como a Atola, entre outras.
A comercialização desses produtos tem crescido no Brasil, mas as informações sobre eles, disponíveis em língua portuguesa, ainda é muito deturpada. É comum esses equipamentos serem apresentados de forma fantasiosa, com intuito puramente comercial e por pessoas que nunca atuaram, de fato, nesse segmento. Portanto, é importante que mais documentos verossímeis estejam disponíveis ao público.
Dentre as empresas citadas, podemos afirmar que a MRT produz ferramentas com excelente custo-benefício e é sobre os seus equipamentos que falaremos neste artigo.
A ACE, também nomeada por ACELab ou Ace Laboratory, foi a primeira empresa a desenvolver hardware para acessar dados em HDs com defeito. Foi fundada em 1992, na Rússia, em Rostov do Don, sendo referência mundial na área de equipamentos para recuperação de dados. Seu produto mais conhecido chama-se PC-3000.
No ano 2000, o chinês Shunxue Chen administrava uma oficina para reparo de discos rígidos, na cidade de Wuhan. Ele, que estava se aperfeiçoando em manusear firmwares, desenvolvou um software para auxiliar processos envolvendo recuperação de HD. Em 2004, Shunxue Chen, cria a MRT Lab, que consistia em um time de desenvolvimento e pesquisa. Um ano depois, a equipe da MRT cria seu primeiro programa, que rodava em DOS (sistema operacional da Microsoft) e servia para reparar dispositivos da Maxtor. Ele era baseado naquele que Shunxue criou antes de fundar a MRT.
Em 2008, Shunxue Chen passou a trabalhar em ferramentas para reparo de firmwares em hard disks da Hitachi e Western Digital; deste esforço surge o MRT WH. Em 2011, a MRT Lab se torna o centro de desenvolvimento e pesquisa da recém criada companhia Wuhan Situofu Technology LTD. Desde então, ela se tornou uma das líderes no fornecimento de placas PCB e softwares para auxiliar no reparo de problemas em firmwares de HDs. A maior parte do trabalho é feito com base em engenharia reversa porque os softwares que controlam os dispositivos de armazenamento (firmware) têm código proprietário. Hoje em dia, seus produtos também suportam SSDs, flash drives e outros dispositivos de armazenamento.
MRT Pro foi a primeira solução completa, da MRT Labs, voltada para os profissionais da área de recuperação de dados - principalmente, discos rígidos danificados. O produto foi lançado em 2012 no mercado chinês. Em 2014, foi traduzido para o inglês e introduzido no mercado mundial.
A camada física do produto é composta por uma placa controladora, adaptadores, cabos e softwares. O principal componente é a controladora, a qual será ligada na placa mãe do computador onde toda solução será operada. A controladora é uma PCB onde hard disks são conectados por inteface ATA/SATA e, também, através do adaptador UART (conexão serial).
A camada lógica é composta pelo software MRT Pro, que realiza, principalmente, a comunicação de "baixo nível" entre a controladora e os módulos do produto. As ferramentas mais importantes são o Data Explorer e os utilitários separados por fabricantes (Western Digital, Seagate, Hitachi, IBM, HGST, Samsung, Toshiba, Fujitsu e Maxtor).
O produto suportava diversos modelos de HDs e diferentes fabricantes. Ascendeu como uma alternativa de menor custo e com recursos semelhantes à PC-3000, quebrando a hegemonia da Ace Lab. Em pouco tempo, conquistou uma boa parte dos profissionais da área de data recovery
MRT Express foi lançado em abril de 2015, como um upgrade do MRT Pro, apresentando atualizações em nível de software e de hardware. Representa a continuidade da antiga MRT Pro; por isso, também é chamado de MRT Pro Express e MRT Express SATA6G.
Quanto as características de hardware, devemos destacar o redesenho da placa controladora, que ficou menor e passou de duas camadas para apenas uma. As atualizações físicas melhoraram a dissipação de calor e o funcionamento, fazendo com que todo o sistema fique mais estável e atinja maiores taxas de transferência. É uma placa de interface PCI Express 1.0, equipada com chip controlador de boa qualidade e com duas portas SATA que permitem acesso e manipulação de dois HDs aos mesmo tempo, além da uma porta Parallel ATA ou IDE.
Em relação as caraterísticas de software, há um maior número de rotinas para reparo em HDs e aumento da quantidade de fabricantes, famílias e modelos suportados. Com estes recursos é possível realizar uma série de operações em nível de firmware: manuseio de listas (G-list e P-list), reparo em módulos (regeneração de translator, por exemplo), ajustes em SA, remoção de senhas, mapeamento de cabeças de leitura, etc. Também houveram melhorias relevantes no Data Explorer, o utilitário da MRT para criação de imagens e clonagem de dispositivos, montagem de sistemas de arquivos, extração de dados, entre outras operações em dispositivos de armazenamento danificados.
A evolução apresentada no MRT Express proporcionou um salto de qualidade para a MRT e sua consolidação como uma das empresas líderes do segmento.
MRT Ultra é a solução high-end da MRT e que passou a ser disponibilizada para venda em janeiro de 2016. O produto passou por um longo perído de homologação, antes de ser lançado, e trata-se de uma versão aprimorada do MRT Express. Também é conhecido por MRT Pro Ultra e MRT Ultra SATA6G.
Fisicamente, a placa controladora do MRT Ultra se destaca por possuir 4 portas SATA 3.0 e usar interface PCI-e 2.0; além de uma interface IDE. Assim sendo, possui o dobro de portas SATA que versão Express e suporta tecnologias mais modernas que entregam velocidades teóricas de até 600 megabytes por segundo. Na prática, é possível trabalhar simultaneamente com até 4 dispositivos e realizar operações com ótimas taxas de transferência.
Logicamente, é importante destacar que o DE do MRT Ultra suporta velocidades mais elevadas; clones ou imagens de drives (HDs ou SSDs) podem se estabilizar em 460 MB/s. Ele também possui uma função para rastrear tabelas MFT e restaurar arquivos deletados em sistemas NTFS. Em relação aos utilitários de fabricantes, é importante salientar que as operações envolvendo leitura e escrita de firmware podem chegar a taxas de 33 MB/s.
À partir de 2019, a interface principal da MRT Ultra passa a suportar o SSD Tools, que é um módulo adicional para auxiliar no reparo de diversos modelos de SSD.
É seguro dizer que o MRT Ultra é uma das soluções mais sofisticadas para reparo em HDs, estando bem próxima, em termos de recursos e estabilidade, da PC-3000 UDMA.
Esta á forma tradicional de uso das soluções vendidas pela MRT, em que o produto pode ser utilizado por tempo indeterminado e sem precisar estar conectado na internet.
O cliente pagará (à vista) o valor total do produto e aguardará seu recebimento por alguma forma de correio. Assim que o produto for recebido, ele deverá instalar o hardware, configurar os softwares e fazer as ativações necessárias através das chaves fornecidas necessárias.
Este tipo de utilização funciona como em um aluguel, no qual o cliente faz recargas (pagamentos) temporários para poder utilizar o produto.
O cliente pagará o valor total do hardware (placa, adaptadores, cabos, etc.) e o receberá no local solicitado. Ele deverá instalar o kit e fazer um pagamento que permite o produto funcionar por um determinado tempo; a recarga mínima é para 30 dias (comum em um sistema pré-pago). O computador onde o MRT foi instalado precisa ter conexão com a internet porque este tipo de uso exige ativação online.
Todo sistema para restauração de HDs (MRT Express/Ultra, DFL PCIe DRE-4x, PC-3000 UDMA, entre outros) exige mão de obra experiente e qualificada, para que se consiga obter resultados satisfatórios com seu uso. São equipamentos muito bons, mas que não funcionam de forma milagrosa, como é mostrado em alguns pseudo-cursos na internet. Portanto, é indicado que o operador esteja preparado e tenha os pré requisitos necessários para operá-los. Os fabricantes disponibilizam manuais de uso e, geralmente, há bons materias disponíveis para uma série de procedimentos. Também existem comunidades, foruns e grupos que compartilham conhecimentos da área.
A MRT Lab é um dos fabricantes que teve o crecimento mais acentuado nos últimos 10 anos. Ela também é produtora de inovações, como o fato de ter criado a primeira ferramenta com função de desligar cabeça de leitura danificada em HDs da série F3 da Seagate. Ainda, a MRT desenvolveu a primeira placa com interface PCI-e 2.0, tendo ficado algum tempo a frente dos concorrentes, em termos de desempenho.
A Hosco possui um MRT Ultra, que é bastante usado em importantes etapas de seus processos voltados para recuperação em discos rígidos com problemas físicos.
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